Quenta Silmarillion Capítulo I: Do princípio dos dias

20/01/2019

COMENTÁRIOS

Antes de falarmos sobre o conteúdo do capítulo estudado, cabem aqui alguns comentários sobre ele e a estrutura do livro: 

- Mais uma vez temos um capítulo introdutório, poucas coisas novas ao enredo, mais nomes e detalhes que talvez de inicio, pareça difícil lembrar de tudo.

- O Enredo do livro, como o leitor já deve ter notado, não é linear, cronologicamente falando, ou seja, ele não segue uma ordem completamente fixa, por isso se você tenta encaixar tudo e todos os personagens em parâmetros literários pré-estabelecidos, você se perde, ou acaba perdendo de aproveitar o prazer da viagem que é ler este livro.

- No Silmarillion não há personagens principais, isso mesmo, o livro segue narrando contos sem se preocupar em aprofundar perfis, por conta das centenas de nomes em idiomas élficos (Quenya e Sindarin), e alguns em língua negra (Língua de Mordor, mais importante em o Senhor dos Anéis) ou até inspirados no inglês antigo. Alguns nomes de personagens e lugares tem dezenas de versões, uma para cada língua inventada por Tolkien. Se perder ou se confundir nesse emaranhado é muito normal.

SE ISSO TUDO É RUIM OU NÃO, cabe aos leitores mais críticos dizerem, nosso compromisso é ajudar a compreender e informar.

- J. R. R. Tolkien era filólogo (estudante e professor de línguas em Oxford College, na Inglaterra), é importante saber e frisar isso enquanto se lê o Silmarillion, pois ele o escrevia primeiramente para seu próprio prazer e diversão, ele dizia que tinha um "vício secreto" desde criança, que era inventar idiomas, criar povos, sua cultura e colocar elas em mitos que ele mesmo criou, muitas vezes ele escrevia a lápis, revisava, passava a limpo em caneta, revisava e escrevia anotações no rodapé e lados da página, revisava, digitava em sua máquina de escrever - usando apenas dois dedos, pois não podia pagar um digitador por conta do seu pouco salário na faculdade - revisava mais uma vez e mostrava ao seu filho e lia para amigos próximos.

Tendo em vista também seus estudos de culturas e línguas antigas, como Anglo-Saxão, Finlandês, Nórdico, Grego e Latim. - Sobre mais detalhes das influencias de Tolkien na sua obra, aguardem novos artigos.

Sabendo de tudo isso fica mais fácil entender os motivos pelos quais temos tanto e ao mesmo tempo tão pouco sobre a Terra-média, o processo de escrita de Tolkien muitas vezes começava pelas palavras inventadas nos seus idiomas, e depois criava significados, ou então ele tinha a história pronta em sua cabeça e ia desenvolvendo os personagens, e trocando nomes pelos quais fazia mais sentido, juntando palavras nos idiomas que já tinha feito, até um ponto que ele acreditava que já estava fazendo sentido no contexto do mundo criado por ele, fazer tudo isso demorava anos, enquanto que ele trabalhava na confecção de até três histórias ao mesmo tempo.

Os escritos de O Silmarillion nunca foram abandonados por muito tempo, ele sempre voltava para escrever mais, mas ainda assim não conseguiu finalizar, ou deixar em um formato que ele considerasse "publicável", por conta do seu perfeccionismo.

ATENÇÃO! O CONTEÚDO DESTE SITE CONTÉM ALGUNS SPOILERS recomendamos ler o livro antes de continuar, para aqueles que chegaram aqui através de um link direto, é importante saber que estes textos fazem parte de um projeto chamado de ESTUDANDO A BÍBLIA DOS ELFOS, e apesar desta página se referir ao capitulo I do QUENTA SILMARILLION, este não é o Primeiro Capítulo do livro. 

Visite o link do projeto dicionario-tolkien.webnode.com/o-silmarillion-estudando/

SOBRE O TEXTO

Chegamos a uma terceira versão do "big-bang" da Terra-média, temos mais detalhes sobre os Valar, e os seus papéis no mundo, e sobre as regras para a vida e a morte dos elfos e humanos, respectivamente os Quendi e os Atani.

Vemos neste capítulo que Tulkas o forte, é chamado pelos seus irmãos Valar para expulsar Melkor, e ao escutar as suas risadas e passadas, Melkor fugiu e se escondeu em Útumno, e construiu lá para si uma fortaleza no norte da Terra-média, levando com ele as criaturas que ele conseguiu corromper. Melkor temia Tulkas e odiava os Valar com todas as suas forças, ainda mais.

Aulë criou duas lamparinas - Illuin e Ormal - e as pôs no alto de duas colunas, uma no sul e outra no norte, a pedido de Yavanna, sua esposa. Varda as iluminou e Manwë as consagrou. E tudo era iluminado como o dia, ainda não existia o sol e a lua.

Os animais e flores conhecidos ainda estavam no ventre de Yavanna, mas existiam plantas e feras selvagens inimagináveis. Algumas plantas chegavam a tocar as nuvens no céu, elas se desenvolviam por conta das luzes sagradas, e onde as luzes se encontravam tudo era rico e mais bonito, lá no centro da Terra-média ficava Almaren, os Valar descansavam em redor de um lago, em um jardim majestoso. 

Melkor fica sabendo pelos seus espiões, que os Valar estão com a guarda baixada, e aproveita para destruir suas obras, atacando as lamparinas sagradas ele consegue fazer grande estrago na terra com a queda delas, fendas são abertas e terremotos são sentidos em todos os cantos. Ele então retorna a Utumno e mais uma vez se esconde lá.

Enquanto isso os Valar tentam conter a destruição e reparar os danos já causados.  Então eles seguem para Valinor e lá Yavanna cria o que ficou conhecido como as Duas Árvores Sagradas de Luz, Laurelin e Télperion, elas iluminavam toda a Terra-média.

Laurelin era dourada e Telpérion era prateada. Elas alternavam a força de seu brilho durante o dia, chegando a mesclar suas luzes duas vezes ao dia.

E novamente começou o trabalho de criação da Terra-média. E por um tempo, houve paz.

Texto por Daniel H. S. Amorim 

Colaboração de Gabriel Batista, muito obrigado, Mellon!

Se alguém souber os nomes dos artistas das imagens, por favor deixe nos comentários.


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