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Resenha do Livro "A Queda de Gondolin" - Escrito por J. R. R. Tolkien
Informações
- Título: A Queda de Gondolin
- Páginas : 288 páginas
- Autor: J. R. R. Tolkien
- Editor: Christopher Tolkien (Filho do Autor)
- Tradução: Reinaldo José Lopes
- Ilustrações e Capa: Alan Lee
- Editora: HarperCollins Brasil
- Edição: 1ª (3 de Setembro de 2018)
- Idioma: Português
- ISBN-10 : 8595083657
- ISBN-13 : 978-8595083653
- Dimensões: Altura 21.4 cm - Largura 14 cm - Profundidade 2.2 cm
- Peso:
- Capa: Dura
- Papel:
- Cor do Papel: Amarelada
Resenha Literária
Antes de escolher o nome de Elfos para suas criaturas fantásticas em suas histórias, Tolkien pegou emprestado do Latim gnomus e do Grego gnosis, o nome de Gnomos para os personagens do Livro dos Contos Perdidos, a primeira tentativa daquilo que seria um dia o Silmarillion.
Essa empreitada começou em 1917, quando Tolkien ainda era um Soldado e teve de sair da Primeira Guerra Mundial após contrair a febre das trincheiras, e ficar em repouso. Nesse meio tempo ele teve inspiração para escrever "A Queda de Gondolin", o primeiro grande conto da primeira Era, os Dias Antigos. Tolkien escreveu tantas versões ao longo da vida dessa história que em 2018, seu filho Christopher já então com 94 anos de idade, nos deu o imenso presente de um trabalho de toda uma vida, neste caso duas, a do Pai e do Filho!
Não tem como não falar da história da escrita e edição do livro ao falar sobre o livro em si, ele por se só é um item histórico, em formato de livro quase científico, um estudo aprimorado sobre um autor, J. R. R. Tolkien o homem que deixou obras como o Senhor dos Anéis, o Hobbit e o Silmarillion jamais deixaria uma obra integralmente acabada, ele sentia que existia sempre algo a melhorar, e foi assim que escreveu mais de 5 versões da história aqui contada, e como uma missão a ser cumprida Christopher trabalhou para tentar "emendar" em um contexto inteligível cada uma, traduzindo termos, toponômios e nomes de personagens que ainda não eram fixos, justamente pelas versões irem crescendo conforme seu pai ia escrevendo.
Isso acontecia, como o próprio editor explica, pela criação de outras histórias em paralelo.
Por exemplo, na primeira versão da história deste conto, não existia PRIMEIRA ERA, só os Dias Antigos estavam na mente do autor e a história era contada por um GNOMO para um viajante humano(!).
A primeira tentativa de se publicar algo deste conto maravilhoso aparece no Silmarillion em 1977, quatro anos após a morte do autor, com um capítulo de mais ou menos 10 páginas e intitulado "De Tuor e a Queda de Gondolin", alguns anos mais tarde uma extensão da história mais detalhada aparece em outro livro Contos Inacabados, com o título "De Tuor e sua chegada a Gondolin". A diferença estava em grau de detalhes, enquanto o Silmarillion trás um resumo de cada história como um verdeiro compêndio de mitos, Contos Inacabados é um livro de estudo, e nos trás as importantes declarações de Christopher como um editor, e explica a história por trás de cada texto, e como isso impactava ou era impactado em outros textos. Um verdadeiro emaranhado de versões e conexões.
Anos mais tarde veio a coleção conhecida como A História da Terra-média, já essa coleção trouxe a tona todas as versões possíveis de cada uma das histórias que envolvem o palco das histórias fantásticas de Tolkien, Christopher havia feito um trabalho hercúleo ao seu final, e é daí que vem as versões de "A Queda de Gondolin". O texto em si do livro de 2018 não trás nada de novo, mas trás um grande legado, uma edição exclusiva dos textos em uma capa e livro fechado, juntamente aos outros dois Grandes Contos, - "Os filhos de Húrin" e "Beren e Lúthien" - fechando um ciclo que era desejo do autor lançar essas grandes histórias em seus livros independentes, e em algumas versões até foi lançada em conjunto num box, e as Ilustrações de Alan Lee são uma cereja no bolo.
A versão brasileira trás um glossário ao final do livro de palavras mais raras/arcaicas, um mapa de Beleriand, ilustrações na folha de guarda - atrás das capas com vários dos brasões citados nas histórias, e o texto das poesias em seu original, a tradução como é de escolha da editora optou por tentar reproduzir ao máximo o estilo de Tolkien, em sua forma mais arcaica e às vezes até difícil de compreender, com a ajuda de um bom dicionário inglês e português você verá como é complicado traduzir poesias e textos de um autor que era Filologista e professor de Anglo-Saxão em Oxford.
Ilustrações
Artes por Alan Lee, clique na foto para ver em tamanho original.
Resenhas em vídeo sobre o livro "A Queda de Gondolin" dos canais parceiros Tolkien Talk e O Bolseiro
Um pouco do enredo.... CONTÉM SPOILERS!
O livro tem uma estrutura mais robusta, trazendo várias versões do mesmo texto - em teoria é o mesmo texto - e através dos anos de escrita do autor - já na prática - o editor tenta esclarecer todos os períodos de rascunhos desde o seu concebimento inicial em 1917, até o falecimento do autor em 1973. Assim sendo o editor mostra o que vem antes e depois de cada período com breves explicações. Essa é a estrutura do livro.
O enredo tem suas raízes na lenda da história de Tuor, acompanhamos ele em sua jornada para descobrir o seu "propósito de vida".
Se você juntar o que existe de concreto no Silmarillion e ir encaixando as versões, você percebe que muita coisa muda, e outras ficam praticamente intactas. Para ficar mais claro:
Tuor e Turin são primos, um filho de Huor e outro filho de Hurin,
Huor e Hurin batalharam ao lado do rei de Gondolin, Turgon na Nirnaeth Arnoediad (a Batalha das Lágrimas Incontáveis), e o salvaram de uma emboscada. Turgon então retira suas tropas da batalha e sobrevive a este dia terrível, porém Hurin é capturado e Huor é morto.
E Rían, esposa de Huor, deixando o filho a cuidado de um elfo - em uma das versões isso não é citado - ela sai a procura por notícias de seu marido, e encontra uma pilha de corpos, entre Elfos e Humanos após a batalha.
O filho de Rían era Tuor.
Tuor então cresce e vai atrás de seu destino, como eu disse, ele vai para além das suas terras e encontra o antigo reino de Vinyamar, e lá se depara com "presentes" deixados há muitos anos por Turgon seguindo uma antiga profecia. Tuor então encontra Ulmo em uma passagem muito bela e inspiradora da obra - Ulmo é o deus das águas da mitologia de Tolkien - servindo de capa para o livro "Contos Inacabados", na versão da editora WMF - Martins Fontes, e escolhida como contracapa na edição da Harper Collins Brasil da edição de "Queda de Gondolin", algumas edições até chegam a ter como Pôster.
Ulmo dá a Tuor uma missão: alertar ao rei de Gondolin, Turgon para que ele abandone seu novo reino para trás e leve seu povo junto, pois seu orgulho e amor pelas coisas que ele e seu povo fizeram poderia trazer ruína a ele se ficassem e esperassem que sua proteção e esconderijo seriam fortes o suficiente contra o inimigo maior, Morgoth.
Turgon muitos anos antes, tinha saído com seu povo de Vinyamar e construído para eles o reino maravilhoso de Gondolin. E esse maravilhoso reino é rodeado de uma cadeia de montanhas que os protegia da grande Sombra de Morgoth e que por muito tempo ele não pôde alcançar.
Tuor ao chegar em Gondolin se apaixona pela filha do Rei, Idril Celebrindal. E passa anos de sua vida servindo ao Rei Turgon, até que casa com a princesa Idril e tem um filho com ela, Eärendil o Marinheiro que muitos anos depois veio a se tornar o pai de Elrond e Elros.
Mas mais pelo destino do que por outra coisa, uma traição vinda de dentro do reino ajudou a derrubar as defesas da cidade branca, e o traidor entregou os segredos por ciúmes e inveja do herói Tuor. Eärendil ainda era uma criança quando isso aconteceu.
MAIS SOBRE O LIVRO PODERÁ ESTRAGAR A EXPERIÊNCIA DO LEITOR
Espero que o tenha deixado curioso... Espero que o tenha deixado curioso.. se quiser adquirir o livro clique na capa no início do texto ou aqui!
Por Daniel Henrique
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Antes de escolher o nome de Elfos para suas criaturas fantásticas em suas histórias, Tolkien pegou emprestado do Latim gnomus e do Grego gnosis, o nome de Gnomos para os personagens do Livro dos Contos Perdidos, a primeira tentativa daquilo que seria um dia o Silmarillion.
Ao editar o livro "Beren e Lúthien", Christopher Tolkien acreditava ser o seu último trabalho no esforço ínfimo de editar as obras do seu amado pai, o autor J. R. R. Tolkien. Trabalho esse que durou boa parte da sua longa vida, 103 anos quando faleceu em janeiro de 2020.